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No carro, Wesley e os outros decidiram descer. Logo após, o grupo de Lisandra fez o mesmo. Eles estavam na rua, um vento corria e o barulho das ondas do mar percorria o bairro.
- O navio se foi, mas ainda temos uma carta na manga -disse Wesley.
-Que tipo de carta? – perguntou Camila.
- Vamos para o porto, lá podemos pegar um barco e ir para o mar. Ao menos que queiram ficar por aqui.
- O problema é que se formos, teremos que ficar voltando de tempo em tempo pra conseguir comida e água -comentou Lisandra.
- Primeiro temos que decidir se vamos ou não. Pensamos no resto depois -comentou Lisa.
- E aqueles mascarados? Se pegarem a gente? No mar, estaremos bem mais visíveis e não vamos ter como escapar -comentou Nanda.
* * *
Thomas e Vitoria estavam no carro, a caminho do porto. Eles estavam em alta velocidade, até que Thomas arrebentou o portão com o carro e entraram na área portuária. Mais a frente, eles brecaram o carro e ficaram de frente para um galpão.
- Vamos descer, o que queremos esta nesse galpão -disse Thomas, descendo do carro, seguido por Vitória.
Eles foram até a entrada do galpão, onde Thomas forçou o portão, mas não conseguiu abrir.
- O que tem ai dentro?
- Tem uma lancha, se acessarmos o galpão, iremos ter acesso ao mar também. Pelo outro lado não vamos conseguir ir de carro.
- Tudo bem, o que tenho que fazer?
- Me ajuda filha, vamos tentar abrir um pouco.
Os dois tentaram mais uma vez e conseguiram abrir, o galpão estava um pouco escuro, mas foi possível ver a lancha e ao fundo, o mar. Foi quando um zumbi surgiu e avançou contra Thomas. Os dois caíram no chão e Vitória recuou.
Outro zumbi saiu do galpão e foi em direção a garota.
- Corre filha! Corre! -gritou Thomas.
Vitória correu em direção ao carro, enquanto Thomas, infelizmente já havia sido mordido pelo zumbi. Mais zumbis começaram a sair do galpão, alguns avançaram contra Thomas e outros foram em direção ao carro, onde Vitória buscou refúgio. A garota agora estava isolada dentro do carro com cerca de cinco zumbis ao seu redor.
Vitória pulou para o banco do motorista e deu partida no carro, porém, a garota não sabia dirigir. Sem a noção do que fazer, ela acelerou o carro soltando a embreagem, fazendo o carro dar um pequeno tranco para frente, porém não era o suficiente para tirar a garota daquela situação. Ao olhar para frente, ela viu seu pai se transformando em zumbi, e agora, ele vinha em sua direção junto com os outros.
* * *
Do outro lado, o grupo de Fernandes estavam debatendo para onde ir, quando escutaram o barulho de um caminhão se aproximando.
- São eles de novo! -exclamou Aline.
O grupo rapidamente correu para dentro de um pequeno estabelecimento que havia próximo ao local. Cerca de segundos depois, o caminhão passou pela rua.
- Que inferno! Eles deveriam nos ajudar e não atrapalhar – comentou Brenda.
- Eles tem interesse nesse vírus, não querem nenhum sobrevivente -comentou Aline.
- Você por acaso sabe de alguma coisa, Aline? -perguntou o Soldado Nogueira.
Aline ficou sem jeito, dando a entender que sabia.
- É melhor você falar -disse o Soldado Camargo. - Quem de fato é você o que você sabe?
- Eu não sei de muita coisa -respondeu Aline.
- Sua cara não nega. Não adianta esconder as coisas agora -comentou Fernandes.
Aline respirou fundo, e em seguida, mostrou um pequeno ferimento que tinha em uma das pernas.
- Eu sabia que você tinha sido mordida! – exclamou o Soldado Camargo, apontando uma arma para Aline.
- Espere, espere! Abaixe a arma -disse o Soldado Nogueira, Camargo resistiu, porém fez o que havia sido requisitado.
- Faz tempo. Eu e minha mãe estávamos fugindo dos zumbis, ainda no começo da epidemia. Um deles acabou me mordendo. Eu pensei que ia morrer... Passou mil coisas na minha cabeça, mas, o tempo foi passando e eu vi que o ferimento estava cicatrizando aos poucos e eu não tinha virado um deles.
- Então, tecnicamente, você é imune ao vírus? – perguntou Henrique.
- Eu creio que sim.
- Então deve existir mais pessoas iguais a você! – disse Brenda.
- Mas o problema é que não é só vocês que sabem disso.
- Como assim, Aline? – perguntou Fernandes.
- Eu fui capturada depois, por um grupo desses mascarados. Me levaram para um pequeno laboratório, fizeram uns testes e tudo mais.
- Como você escapou? – perguntou Henrique.
- O local onde eu estava, junto com a minha mãe, foi invadido por zumbis e tivemos que fugir.
- Não estou acreditando nisso... Não pode ser verdade! – exclamou Brenda. – Você estava naquela base de refugiados então?
- Agora sou eu que não estou entendendo -disse Aline.
- Estávamos em uma base, os soldados nos ajudaram, tinha até uma comandante chamada Solange -disse Fernandes.
- Comandante Solange?... Isso, acho que me lembro agora. Foi ela quem mandou me pegar. Fizeram vários testes comigo naquela base!
- Os mascarados trabalham pra ela? -perguntou Henrique.
- Soldados, vocês estão de qual lado? – perguntou Brenda, virando-se para Camargo e Nogueira.
- Vocês sabiam disso, não sabiam? Ela era a comandante de vocês! - exclamou Fernandes.
- Sim, ela era. Mas existia vários níveis naquela base. No meu, eu só tinha acesso a ela, a sala de controle e aos refugiados, mais nada -comentou Nogueira.
- Camargo? – perguntou Fernandes. – Queremos ouvir o que você tem a dizer.
- A ordem que eu tinha, era para ajudar nos estudos sobre esse vírus. Não tenho tanta informação também. Mas posso dizer que, a Solange mandou um grupo de soldados numa missão secreta pra desvendar a origem do vírus. Ela queria saber se era possível resistir, pois ela estava determinada a reerguer pelo menos uma quantidade razoável de sobreviventes para que tudo voltasse ao normal depois. Mas vocês sabem o que aconteceu de fato. Deu tudo errado!
- E como é que os mascarados trabalham pra ela, sendo que vocês também, mas estão fugindo deles? Tem coisa errada nessa história -disse Brenda.
- Você chegou a ser torturada? – perguntou Camargo?
- Não, não. Colheram meu sangue, fizeram umas perguntas... Me deram uns remédios... Inclusive eu também queria saber o que me tornava imune. Graças a Deus, não fizeram nada de mal comigo -respondeu Aline.
- Tudo faz sentido a cada dia que passa. A Solange foi vítima de sabotagem naquela base -disse Henrique.
- Sabotagem como? Sendo que a turma dela trabalha pra querer nos matar? -perguntou Fernandes. - Eu quero uma explicação pra isso!
- Mas quem garante que ela era realmente uma boa comandante? – perguntou Brenda.
- Não sei ao certo o que ela queria. Mas tinha um tal de Ventura, que fazia de tudo pra ela cancelar os testes comigo. Ele achava um absurdo e sempre era favorável a outros meios, como tortura por exemplo.
***
Base de refugiados, sala de testes - semanas atrás...
Aline estava deitada em uma maca, enquanto alguns médicos colhiam uma pequena amostra do seu sangue. A Comandante Solange e o General Ventura acompanhavam tudo.
- Aline, se você sentir alguma coisa, nos avise -alertou Solange.
- Tudo bem. O que descobriram até agora?
- Quase nada.
- Uma imbecilidade -disse Ventura.
- Imbecilidade? – perguntou Solange.
-Estamos perdendo tempo, equipamento e dinheiro com esses testes idiotas e mal detalhados.
-O que você sugere então?
- O de sempre! Precisamos expor ela ao vírus, deixar que um zumbi morda levemente sua carne...
Solange deu risada e disse:
- Morda levemente? Escuta Ventura, quando foi que você começou a ser tão patético assim? Sério, parece que você não aprendeu nada nesses anos todos! Eu não vou expor a garota a isso, quero e precisamos dela viva e não morta.
- Pois eu te provo que isso não vai pra frente. Quero uma equipe só pra mim. Não pense que você é santinha, esqueceu dos testes que você fazia na Área 89 também?
Solange olhou para Aline, e chamou Ventura para o lado de fora da sala.
- Escuta Ventura, eu sei que você quer fazer a sua parte, mas para de encher meu saco! Pega a porcaria de algum sobrevivente por ai e faz o que você quiser. Estou querendo o melhor para todos!
- Te respeito como Comandante, Solange. Mas você esta sendo um atraso total! Além disso, você não passa de uma vagabunda incompetente. Eu sei dos seus podres, não adianta fingir ser uma pessoa que você não é! O peso da culpa disso tudo também é sua!
Solange cuspiu na cara de Ventura e disse:
- Sou eu quem manda aqui ainda! Sua palavra não vale nada! Você não passa de um imprestável e fantoche do Afonso. Eu vou fazer os testes na Aline como eu bem quiser! Não vou deixar você estragar tudo! Alias, seus interesses são bem alinhados com a da IMCORP, mas ela esta rachada. Quando o Afonso souber que foi você quem fez isso, ele vai fazer questão de te cortar em pedacinhos! Fica bem atento!
Ventura se limpou e perguntou:
- Quem é a verdadeira Solange? A boa militar que quer reconstruir o mundo? Ou a má militar que conspirou para destruir o mesmo?
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