Roswell 1947 - Capítulo 06: 14 anos, 20 anos


Vitor ficou impactado e saiu correndo. Não era pra pouco, haviam se passado vinte anos. O garoto estava sem chão, ele não sabia o que fazer. Então ele teve a ideia de ir até a delegacia mais próxima. Após andar por cerca de meia-hora, ele chegou e foi direto falar com o delegado.

Vitor entrou na sala do delegado, que estranhou:

- Garoto! Você não pode entrar aqui assim!
- Me ajuda! Por favor! Eu perdi os meus pais!
- Calma. Você perdeu quando? Como você se chama?
- Vinte anos. Me chamo Vitor. Preciso encontra-los.
- Vinte anos? Você está brincando?
- É verdade! Perdi meus pais, você não vai acreditar na minha história.
- Estou com tempo. Pode começar, quem sabe assim podemos encontrar os seus pais.

Vitor contou tudo detalhadamente até que o delegado decidiu ajudar, mesmo que com dúvidas sobre a história relatada.

- Realmente algo estranho aconteceu nessa região em 1947. Temos até uma gaveta só com documentos sobre isso. E em um desses documentos, existe o relato do desaparecimento de um menino chamado Vitor.

- E meus pais?
- Vou tentar localizar. Isso leva um tempo. Fazem vinte anos, você sabe que eles podem estar mortos?
- Sei. Mas eu ainda tenho esperança.
- Ótimo. Você pode ficar na pensão, aquela onde era a fazenda dos seus pais. Lá é mais seguro, não temos lugar aqui pra você.

O delegado levou o garoto até a pensão e pediu para a senhora ficar de olho nele. O garoto ficou em um quarto no segundo andar. Ma, às nove da noite, alguém bateu à porta do quarto; assim que ele abriu, se assustou. Era os homens de preto:

- O que querem?! Onde estão meus pais?

Um deles respondeu:

- Eles estão vivos, mas você precisa responder umas perguntas. Colabore. Iremos trazer os seus pais.
- Ok, mas eu não quero que me façam mal.
- Quanto mais rápido você for, melhor.
- Tudo bem.

Os homens entraram e trancaram a porta. O tempo passou, e logo pela manhã, Vitor ao acordar, decidiu abrir o guarda-roupas, onde encontrou um conjunto novinho de roupas para se vestir. Após se trocar, ele desceu para a recepção, onde encontrou seus pais, que já estavam esperando por ele.

O encontro foi de arrepiar. Os três caíram no choro e a emoção tomou conta do lugar. Fredo e Adelaide não acreditavam que fossem ver Vitor novamente.

Do lado de fora, os dois homens estavam no carro observando toda a comoção.

- Acha que eles vão causar mais algum transtorno?
- Não, já excluímos todos os registros sobre o caso, ninguém vai acreditar neles. Fredo e Adelaide já aprenderam a lição. Vamos embora.

* * *

Fredo e Adelaide estavam morando um uma casa de médio porte no centro da cidade. Eles foram direto pra casa para terem mais detalhes do que de fato aconteceu:

- Onde você estava filho? Eu e seu pai ficamos muito preocupados, foi horrível! Nós envelhecemos e você não!
- Parece que o tempo não passou pra você - observou Fredo.
- A culpa foi minha. Naquele dia, quando eu estava no poço, um homem apareceu e perguntou se eu queria ir com ele. Não senti medo na hora, por isso aceitei. Então, ele me levou pra conhecer o planeta dele. Ele era um extraterrestre! Minha curiosidade foi maior! Me desculpem! – exclamou Vitor, começando a chorar.

- Você não tem culpa de nada – disse Fredo
- O importante é que você voltou e nossa agonia terminou. Graças a Deus!
- O que houve com a fazenda? Com a criatura? Quero saber tudo!

Eles passaram o resto do dia conversando e se atualizando. Mas, pela madrugada, Vitor ainda estava animado por ter voltado e não conseguia dormir direito, então ele foi até a janela e olhou para o céu, que estava estrelado. 

- Eu não sabia que o impacto dessa experiência seria tão forte assim. Espero que algum dia eu consiga entender tudo isso.

Enquanto olhava para o céu, uma estrela aumentou sua luminosidade e em seguida se apagou, fazendo Vitor se lembrar das últimas palavras de seu amigo do espaço.

_________
  FIM
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