Na fazenda de Matos, ele e sua esposa estavam almoçando quando dois homens bateram à porta. Matos foi em direção a porta e após abrir, ele perguntou educadamente:
- Boa tarde. Em que posso ajudar?
Os homens eram estranhos, eles estavam vestidos com terno e calça de cor preta e usavam um chapéu branco. Um deles respondeu:
- Boa tarde senhor Matos. Será que podemos fazer umas perguntas?
* * *
A noite chegou e junto com ela o medo. Adelaide estava fechando a janela do quarto quando ao olhar para o céu, avistou uma luz estranha. Ela rapidamente chamou Fredo e Vitor para observarem também.
- Olhem lá no céu – disse apontando. – Aquilo não é uma estrela.
- Que estranho -disse Fredo observando. – Vamos, fechem tudo e vamos para o porão. Isso está ficando insano.
Adelaide fechou a janela e as cortinas e os três foram para o porão. O porão era localizado abaixo da cozinha e sua entrada era esconda, atrás de um quadro localizado no corredor entre a cozinha e os quartos. Atrás do quadro havia uma porta pequena e um pequeno corredor que dava para uma escada de aproximadamente vinte degraus, ao final, existia uma porta de ferro grossa. Os três entraram e Fredo trancou a porta.
- Isso deverá nos proteger.
O porão não era muito grande, mas era bem organizado e confortável o suficiente para os três. Havia uma pequena janelinha que dava para os fundos da fazenda, pequena o suficiente para passar despercebida e fornecer o oxigênio suficiente.
Ainda naquela noite, Matos e sua esposa Rosa estavam dormindo e acabaram acordando quando uma forte luz azul clareou o quarto.
- De onde esta vindo essa luz? – perguntou Rosa.
- Não sei. Pegue a arma!
Rosa pegou uma arma que estava debaixo do travesseiro e entregou para Matos. A luz sumiu e tudo ficou escuro novamente. Em seguida, o silêncio foi quebrado por um barulho estranho vindo da cozinha.
- Vou ver o que foi isso – sussurrou Matos, se levantando.
- Espera, não quero ficar aqui sozinha - disse Rosa, também se levantando da cama.
Cuidadosamente, Matos abriu a porta e observou o corredor. Ele avistou uma sombra subindo as escadas e rapidamente desistiu de continuar e trancou a porta.
- Alguém esta subindo as escadas.
O clima ficou muito tenso. Rosa foi até a cômoda e pegou outra arma em uma das gavetas, nesse momento, algo bateu com força na porta.
- QUEM ESTA AI? ESTOU ARMADO E VOU ATIRAR! - gritou Matos.
Novamente, algo bateu na porta e Matos atirou. O tiro faz um pequeno buraco na porta e Matos decidiu espiar. O corredor estava vazio e Matos estranhou. Até que, um olho vermelho surgiu, e também observou o quarto, ficando de frente com Matos, que se assustou e acabou fazendo vários disparos.
A criatura arrombou a porta e partiu pra cima de Matos, em um ato de defesa, Matos atirou. A luz azul voltou a clarear o quarto, e isso fez a criatura desistir e sair correndo pelo mesmo caminho que entrou. A luz se apagou e o silêncio tomou conta. Matos e Rosa ficaram em choque e bastante assustados, eles não acreditavam no que tinha acabado de acontecer.
- Rosa, faça as malas, vamos embora daqui imediatamente!
* * *
Na manhã seguinte, Matos e Rosa já estavam colocando os últimos pertences na caminhonete. Um fazendeiro da região chegou e estranhou a movimentação:
- O que houve colega?
- Estamos indo embora. Ontem foi o ápice. A criatura nos atacou na madrugada, aqui não é mais seguro.
- Ontem mataram duas vacas na minha fazenda. O delegado esta vindo, vocês não vão esperar?
- Esperar? Ele nunca resolve nada. Não vou mais colocar em risco a minha vida e a da minha esposa.
Na partida, o casal de idosos decidiu passar na fazenda de Fredo para relatar o ocorrido. Matos estacionou a caminhonete na entrada da fazenda de Fredo, que já estava indo em direção ao casal.
- Bom dia Matos, Rosa. O que houve?
Dentro do carro, Matos respondeu:
- Aquela criatura nos atacou nessa madrugada.
- Foi horrível. Eu pensei que íamos morrer - relatou Rosa.
- As marcas de tiro estão lá. Tinha uma luz azul também, muito estranha – disse Matos.
- Sério?! Ontem nós vimos uma luz estranha no céu, mas não ficamos observando por muito tempo.
- Infelizmente não podemos mais ficar aqui. Estamos indo para o centro, vou mandar uma carta quando chegarmos lá.
- Eu sinto muito, eu espero que sejam felizes com a vida nova. Eu gostaria de sair daqui também, mas no momento não é possível.
- Obrigado, tenham cuidado por favor – alertou Matos.
Então, Matos arrancou e partiu. A poeira subiu e em seguida, Vitor chegou e perguntou:
- Para onde eles vão?
- Foram morar no centro.
- Eu aposto que foi uma nave que caiu naquele dia.
- Seria muito bizarro achar isso, mas eu acho que concordo com você, Vitor.
- Isso explica o vulto que minha mãe viu no celeiro e também aquela coisa que saiu voando.
Um carro de luxo de cor preta chegou e estacionou.
- Quem é agora?- perguntou Vitor
- Não sei filho. Deve ser alguns jornalistas.
Dois homens vestidos de terno e calças de cor preta desceram e foram em direção a Fredo e Vitor.
- Bom dia. Somos da polícia. Podemos conversar?
Fredo decidiu conversar com os policias na sala de sua casa, com Vitor e Adelaide. Antes de se sentarem, Fredo ficou a sós com os policiais, enquanto Vitor e Adelaide estavam na cozinha.
- Será que o menino pode sair um pouco? O assunto é delicado.
- Não, ele vai ficar também. Ele também viu a criatura – disse Fredo.
- Tem certeza? – perguntou o outro homem misterioso, mostrando disfarçadamente a arma na cintura, mas não foi o suficiente para intimidar Fredo
- Tenho -reforçou Fredo, chamando Vitor e Adelaide em seguida.
Já acomodados, um dos policiais disse:
- Então vou ser direto. Essa criatura que esta causando histeria, é apenas um lobo. Não existe nada de anormal, a policia até já encerrou o caso. E o acidente, foi um satélite da NASA que estava em teste e que, infelizmente caiu.
- Vocês estão achando que somos idiotas ou o que? Somos humildes sim, mas não somos idiotas! A história do satélite é até aceitável, mas isso de lobo é patético! -exclamou Fredo.
- Deixa eu esclarecer uma coisa: A imprensa está falando em nave alienígena, isso sim é patético. E essa informação saiu daqui! Os jornalistas estão loucos querendo uma exclusiva com você, então, de tarde eles vão ter a exclusiva e você vai desmentir essa historia de nave alienígena e de criatura estranha.
- Não vamos fazer isso! - disse Fredo.
O homem sacou a arma e atirou para cima na intenção de ameaçar a família, que por sinal, se assustaram com o ato.
- Agora entenderam o porquê eu não queria o garoto aqui? A coletiva já esta marcada, tomamos essa liberdade para poder facilitar, em breve os jornalistas vão começar a chegar. E se tentarem algo, ou se não respeitarem a decisão de desmentir, o menino some.
-O que? Deixem ele de fora disso! Não podem tocar nele!
- Podemos e vamos! Apenas sigam as nossas orientações que tudo ficará bem. Esta na hora de acabar com esse espetáculo midiático que vocês estão fazendo!
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