Após receberem a notícia do acidente, Mariana e Pedro foram correndo para o hospital. Na recepção, eles buscaram informações e aguardaram o médico responsável, que não demorou para chegar.
- Doutor, como estão meus amigos? – perguntou Mariana.
- Infelizmente, Piter e Maicon morreram no local, sinto muito. Kelly quase não se feriu e Bruno esta recebendo os devidos cuidados.
- E a Mary? -perguntou Pedro.
- O caso dela é grave e esta em cirurgia.
- Meu Deus! O que houve com ela? -perguntou Mariana.
- Você é a irmã dela, não é? Bom, ela sofreu vários ferimentos, quebrou uma das pernas e fraturou o crânio. A Kelly esta no quarto 157, podem vê-la. Ainda em relação a Mary, ainda não será possível vê-la. Tenho que ir agora.
Assim que o médico se retirou, a mãe de Mariana e Mary, a Valéria, chegou. Uma senhora de aproximadamente sessenta anos, mas com uma aparência de estar sempre atualizada. Mariana ficou surpresa e perguntou:
- O que faz aqui?
- Vim ver o que a sua adorável irmã aprontou dessa vez!
- E como soube que ela estava aqui?
- Ela tem cadastro nesse hospital. Me ligaram faz pouco tempo. Como ela esta?
- Entre a vida e a morte praticamente.
- Menos mal.
- Credo mãe! Como pode falar isso?
- E esse ai quem é? - perguntou Valéria, se dirigindo a Pedro.
- Sou Pedro, sou um amigo.
Nesse momento, os pais de Bruno chegaram e quando avistaram Mariana, confundiram com Mary e ficaram felizes em saber que ela estava bem. Os pais de Bruno aparentavam ser bem ocupados e estavam bem preocupados com a situação.
- Graças a Deus que você esta bem Mary. O que houve com o Bruno? – perguntou a mãe de Bruno.
- Esperem, antes de tudo... saibam que eu sou a irmã gêmea de Mary. Me chamo Mariana.
- Irmã gêmea? Bruno nunca nos contou sobre isso, muito menos a... a Mary – disse o pai de Bruno.
- É bem deles mesmo fazer esse tipo de coisa. Eu vou embora, qualquer coisa me avisem – disse Valéria, se retirando de forma rude.
- Sinto muito. Depois eles contam essa história pra vocês – disse Mariana.
- Me deem um instante? Tenho que falar com a Mariana – disse Pedro, puxando Mariana para um canto.
- O que foi?
- Ferrou tudo! O Bruno não sabe nada dessa história de irmã gêmea. Você vai ter que organizar isso, se vira!
- Eu não vou arrumar a bagunça de ninguém! Ela vai ter que se explicar depois.
- Isso se ela sobreviver, Mariana. Olha a bagunça que ela fez!
* * *
O mesmo médico que conversou com Pedro e Mariana, foi até um dos quartos do hospital e encontrou Mary sentada na cama usando o celular.
- Seus amiguinhos já estão ai.
- Af, e o que você disse?
- Que seu estado é grave.
- E quando eu vou poder forjar a minha morte? Eu quero isso ainda hoje! Cansei desse povinho escroto! – exclamou Mary.
- Calma, mesmo eu sendo o diretor do hospital, isso leva tempo. Mas eu te garanto que sua morte será bem sucedida.
- E como vou me fingir de morta se eu vou ter que estar no caixão?
- Quem disse? Você esta em um hospital, qualquer bactéria já é motivo pra eu dizer que o caixão precisa ser lacrado. O resto a gente se vira pra colocar um peso dentro do caixão.
* * *
No dia seguinte, Kelly e Bruno já estavam liberados para receberem visitas. Pedro achou melhor ir visitar Kelly primeiro e Mariana decidiu ir falar com Bruno. Os pais de Bruno concordaram.
Assim que entrou no quarto, Mariana encontrou Bruno acordado, ele estranhou:
- Mary? Já se recuperou? Que bom que você esta bem.
Mariana se aproximou e disse:
-Não Bruno, na verdade eu me chamo Mariana, sou irmã gêmea da Mary.
- O que? Você só pode estar brincando – disse Bruno, surpreso.
- Não estou. Sei que isso pode ser um impacto grande pra você, mas essa é a verdade. Nossa família sempre foi problemática, peço que tenha compreensão e tente entender o motivo dela não ter contado antes.
- Eu quero ver a Mary. Como ela esta?
- Ela não esta bem, os médicos vão fazer o possível, sinto muito. Eu tenho que ir, seus pais querem te ver. Desculpa ser tão direta e fria assim -disse Mariana, respirando fundo. - Olha, seus pais estão aqui, voltou depois, eles querem te ver.
- Tudo bem...
Mariana se retirou e logo em seguida, os pais de Bruno entraram.
- O que fazem aqui? -perguntou Bruno.
- Viemos te ver Bruno -respondeu o pai.
- Você vai receber alta, vamos cuidar de você – disse a mãe.
* * *
Na noite daquele mesmo dia, Kelly e Bruno receberam alta. Os pais de Bruno levaram o rapaz para casa, enquanto Pedro, juntamente com Mariana, levaram Kelly em casa. Pedro quis fazer um favor para Mariana e também levou a moça para casa. Ainda no carro, estacionado na frente da casa de Mariana, Pedro perguntou:
-Você vai ficar sozinha? Nessa casa tão grande?
- Eu sei me cuidar Pedro. Ta preocupado?
- Só estou perguntando.
- Não vou ficar a noite toda, tenho que voltar pro hospital, minha irmã não pode ficar sozinha.
- Sua mãe está la.
- É a mesma coisa que nada. Mas... Se você quer entrar, então vamos. Temos muita coisa ainda pra conversar.
* * *
No dia seguinte, o pai de Bruno havia ido trabalhar e Bruno estava na cozinha tomando café com a mãe:
- Filho, como foi se envolver nesse acidente?
- Aconteceu mãe, não tem como evitar esse tipo de coisa.
- Eu quero você longe do Pedro.
- O que tem o Pedro?
- Ele não me parece uma boa companhia. Eu te proíbo.
- Não começa! Não devo satisfações a você! Quero você fora daqui, você e o meu pai! Não preciso de babá!
* * *
No quarto de Mary, o medico alertava:
- É hoje! Iremos dizer que você não resistiu a cirurgia, pegou uma bactéria e pronto, caixão lacrado.
- Adoro!
* * *
- Então me explica uma coisa, eu peguei seu celular e vi uma conversa estranha entre você e o Pedro! Quero explicações!
- Que conversa? Ficou louca?
- Eu vi que vocês estavam brigando por causa de uma certa quantia de dinheiro Bruno! Você e ele são traficantes não são?!
 - Capítulo 04: Bruno, sem saída){kind=link}
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